sábado, 20 de março de 2010

A influência da tecnologia...



Recentemente eu estava lendo um artigo na internet que falava sobre a influência da tecnologia na vida das pessoas, sobretudo das crianças e percebo o quão prejudicial ela pode se tornar se não for bem utilizada. É fantástico ver como ela facilita a comunicação em todos os sentidos. Podemos falar com as pessoas que estão do outro lado do mundo sem sair do lugar. As notícias viajam na velocidade da luz e temos novos leques de oportunidades que se abrem todos os dias. Mas com toda essa tecnologia, temos pessoas que não conseguem se relacionar, a menos que haja uma tela de computador que faça o intermédio. Vemos pais omissos e ausentes, por gastarem mais tempo com a internet ou com a TV e menos tempo com seus filhos. Isso sem falar das crianças com péssimos vícios de linguagem e preguiçosas para pensar. Elas se entediam facilmente e é raro uma criança se interessar em abrir um livro de histórias infantis. A mídia traz tudo pronto e mastigado. Aos poucos estamos vendo se formar uma geração de analfabetos que criarão uma nova língua portuguesa, cheia de redundâncias, abreviações e gerúndios.
Há alguns anos, eu trabalhei numa empresa e precisei de um assistente, então o meu gerente pediu que eu entrevistasse alguns adolescentes do projeto jovem aprendiz para esse fim. A primeira coisa que pedi para a selecionadora da agência responsável foi que me mandasse adolescentes que soubessem bem a língua portuguesa, pois o departamento onde eu trabalhava, constantemente recebia visita de clientes, fornecedores e os colegas das filiais de outros países. Essas pessoas observavam muito nossa postura, sobretudo a fluência do nosso próprio idioma e muitas vezes, precisávamos nos comunicar por e-mail. Pois bem, no dia da entrevista, recebi cerca de 10 adolescentes e a primeira coisa que lhes pedi, foi que fizessem uma redação com o tema: Quem sou eu? Por que devo ser escolhido? Quando eu peguei as redações tive vontade de chorar. Alguns nem consegui ler, pois a letra era indecifrável. Outros tinham gravíssimos erros de grafia e pontuação. Consegui uma adolescente somente na terceira leva e no decorrer do trabalho, fui vendo que não se distanciava tanto dos outros casos. Dei um livro pra essa garota ler e ela me enrolou por mais de seis meses e, até onde eu sei, ela nunca terminou essa leitura. Na década de 80 as crianças liam e devoravam as obras de Monteiro Lobato e a coleção Vagalume. Essa adolescente me disse certa vez que nunca tinha ouvido falar nessa coleção! Caramba!!!
Gasta-se tempo demais com o Orkut, MSN, sites de relacionamentos, pornografias e jogos violentos. Por que não usar essa ferramenta tão rica, para aumentar o conhecimento? Acho que todos os pais deveriam monitorar o tempo e a qualidade que seus filhos ficam na internet. Acho que deveria ser obrigatório que filhos fossem crianças que gastassem energia. Quando eu era criança na década de 80, brincávamos de pega-pega, corre cotia, rouba bandeira, bolinha de gude, fabricávamos nossas próprias pipas. Brincar na rua, matar a sede na mangueira da casa do amigo que morava mais próximo, era a rotina da molecada. A criançada se organizava para brincarem juntas. Hoje, se falar de brincarem juntas com jogos manuais, provavelmente sairá briga, pois a individualidade tem crescido junto com elas. O computador faz o papel do adversário num jogo e chegar até a fase final daquele jogo sangrento passa a ser o objetivo do menino que só pode brincar dentro de casa porque a rua é perigosa demais pra ele. As crianças não gastam energia e ficam cada vez mais obesas. Não se aprecia mais o sol ou o vento no rosto. Andar de bicicleta é prazer raro para a criança que não mora num condomínio fechado.

Que esses prazeres não sejam roubados dos nossos filhos. Que tenhamos a sabedoria pra educá-los com a mesma firmeza e amor que recebemos. Que eles nos respeitem só de olhar pra eles e que nos amem quando dissermos não.
Lembro perfeitamente desse passado não tão distante, mas cada vez mais raro. Que ele venha à minha memória quando eu for mãe...

Um comentário:

ILCA MARQUES disse...

Realmente tenho que concordar, as nossas crianças estão sofrendo com a síndrome da tecnologia. Tento policiar meu filho enquanto tecla com os amigos no orkut. Tem que escrever sem abreviatura e com pontuação correta. Ele já o faz sem que eu brigue, pois até mesmo quando enviado, eu vou verificar. Sem contar que faço uma vistoria entre as pessoas em seu quadro de amigos. Compro livros pra ele (principalmente a coleção vagalume, que tenho que dizer, são perfeitos) e antes de jogar vídeo game ou ir para o computador, tem que ler 03 capítulos de um livro até que termine e inicie outro. Tem funcionado, pois não preciso mais mandar, ele mesmo lê e me avisa: - Mãe, já lí 03 capítulos.
Fico feliz, pois ler é minha paixão e eu espero deixar esta herança para ele e que futuramente ao procurar um emprego, ele não decepcione ou escandalize o seu entrevistador, mas principalmente que ele saiba quem ele é e que tenha prazer na vida em Cristo Jesus.